Em 1966 surgem os “Guardas Vermelhos”, movimento não militar constituído por jovens. Este movimento nasceu de uma rebelião estudantil muito especifica e restrita, que por ter recebido o apoio de Mao se alargou até reunir milhões de apoiantes. Os “Guardas Vermelhos” nasceram maioritariamente depois da revolução de 1949 ou pouco depois dela, pelo que se encontravam moldados pelo regime, ainda que guardassem em si grandes frustrações. Assim, quando Mao, que havia criado em torno da sua pessoa um culto semimágico, apelou aos jovens para que estes fizessem parte da revolução, iniciou-se a Revolução Cultural. Durante a mesma os “Guardas Vermelhos”, com o objectivo de desenraizar os males da “velha sociedade”(costumes e tradições anteriores á Revolução Comunista) e de impedir o reaparecimento da burguesia, espalharam-se pela China pregando a doutrina de Mao, contida n’ O Livro Vermelho. No entanto, não se limitaram a dar a conhecer os pensamentos do líder do Partido Comunista. Iniciaram um período de terrível violência e vandalismo, em que se tentou destruir a cultura tradicional chinesa, sendo humilhados ou mortos todos aqueles que não se conformassem com a situação. Foram assaltadas universidades e institutos científicos, confiscados todos os objectos considerados anti-revolucionários, a publicação de livros quase desapareceu e um grande número de templos foi vandalizado ou destruído.
Foram os Guardas Vermelhos os escolhidos para, durante a Campanha de Expulsão, decidirem quais os maus elementos da sociedade os “elementos negros”, que deveriam ser expulsos das cidades e enviados para o campo, de modo a aprenderem o modo de vida camponês, condizente com o maoísmo.
Em 1968, a desordem provocada pelo enorme poder dado aos Guardas Vermelhos era tão grande que foi preciso chamar o exército para reprimi-los e finalmente o movimento foi dissolvido.
No final da Revolução Cultural, a geração dos Guardas Vermelhos foi enviada em massa para zonas recônditas do interior chinês, pois não havia nas cidades emprego para eles. Esta geração ficou para sempre marcada, tendo-se transformado num contínuo problema social.
Joana Lima
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