sábado, 16 de janeiro de 2010

O Papel da Igreja Católica na Proliferação do Estado Novo

Um dos motivos do fracasso da 1ª República foi a oposição da Igreja. Esta situação foi conseguida por políticas anticlericais, como a separação do Estado e da Igreja, a proibição do culto público e a nacionalização dos bens da Igreja, num país em que a instrução geral da população era muito baixa e a influência da Igreja Católica muito forte. Assim, em 1925 criou-se o Centro Católico Português, organismo anti-republicano, que ainda assim fazia eleger deputados para o parlamento nacional.
Em 1928 a Ditadura Militar repôs o entendimento entre o Estado e a Igreja Católica. O Estado Novo exaltou e protegeu a Igreja católica, sendo esta religião um dos pilares do regime, algo claro no lema:” Deus, Pátria, Família”. Em 1940 o regime associa-se oficialmente à Igreja Católica com a Concordata entre a nação e a Santa Sé, onde eram atribuídos múltiplos privilégios à igreja, como a isenção fiscal e o direito de se organizar livremente.
Esta ligação à religião explica-se pelo conservadorismo do regime e do seu líder, António de Oliveira Salazar, que na sua juventude, fora activista do Centro Católico Português. Assim, o regime manteve sempre um cariz extremamente conservador e tradicionalista, onde o catolicismo se enquadrava perfeitamente. Este é o aspecto que melhor distingue o Estado Novo dos demais regimes fascistas seus contemporâneos.
Guiado e limitado pela moral cristã, o fascismo português enalteceu a ruralidade, um modo de vida austero, virtuoso e cheio de sacrifícios. Este estilo de vida insípido e pobre nunca permitiria o desenvolvimento intelectual da população, o desenvolvimento das mentalidades e do país, mantendo os portugueses e a sua pátria pobres e subdesenvolvidos.
O santuário de Fátima foi palco de celebrações com a bênção do Papa, nas quais Salazar era celebrado, como uma providência divina, o “Salvador da Pátria”.
A Igreja Católica ajudou o fascismo a subir ao poder e colheu os benefícios da sua jogada. Gozou de um período próspero e de liberdade, enquanto a maioria da população portuguesa vivia na miséria, impedida de pensar e agir por si.

Joana Lima

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