quarta-feira, 24 de março de 2010

Oliveira Salazar

António de Oliveira Salazar foi um político português que instaurou um regime de índole ditatorial entre 1932 e 1974, apesar de que em 1968 teve de abdicar do poder por motivos de saúde.

Nasceu em Vimeiro, Santa Combadão, a 28 de Abril de 1889. Era filho de pais muito humildes e que, devido a dificuldades financeiras, decidiram ingressar o seu filho com 11 anos no Seminário de Viseu, onde ficou 8 anos (1900-1908). Quando sai, aos 19 anos, tenta-se inserir numa sociedade que mudara muito desde a sua entrada no seminário; surgiam novos partidos, o tumulto político estava no extremo e o regicídio do Rei surgiu como um choque para o jovem, apoiante da monarquia e da relação Estado-Igreja. Era portanto contra os republicanos jacobinos, defendendo a Igreja (que tanto os republicanos criticavam) em artigos nos jornais.

Depois da sua estada por mais dois anos em Viseu, decide partir para Coimbra onde completou o curso de Direito com um média de 19 valores em 1914. Durante este tempo entra no Centro Académido de Democracia Cristã, uma associação de apoio a estudantes católicos. Antes de se doutorar em 1918 rege, a convite de dois professores, a disciplina de Economia Política e Finanças. Em 1921, influenciado pelos escritos de várias personalidades como o Papa Leão XIII e com convicções religiosas e conservadoras, decide concorrer por Guimarães, mas apesar de ter sido eleito regressa à Universidade de Coimbra, onde fica até 1926.

Nesse ano em que saiu da universidade é convidado pelos Dirigentes da 1ª República a equilibrar as contas da Pasta das Finanças. Passados treze dias renuncia o cargo devido à falta de coesão política e ao não cumprimento das condições que havia exigido ao regime, regressando novamente a Coimbra. Em 1928 reassume a pasta, já com o Governo sob a alçada do Marechal Carmona; exige como contrapartida o controlo de todas as despesas e receitas de todos os ministérios. Mal controla a pasta das Finanças acontece um chamado "milagre" pois Dr. Salazar havia conseguido, através da austeridade, o equilíbrio pretendido (isto entre 1928-1929).





"Sei muito bem o que quero e para onde vou!"

Passou assim a ser visto como o "Salvador da Pátria", título que foi muito divulgado nos jornais e revistas através da Censura feita a estes órgãos de notícias.
A partir de então os partidos da oposição foram suprimidos e com o propósito de pôr fim ao parlamentarismo e à democracia (que segundo Salazar não resolveram os problemas do país) forma, em 1930 a União Nacional, o futuro Partido Único. Com a aprovação da Constituição de 1933, Salazar cria o Estado Novo - um regime ditatorial, corporativista, anti-parlamentarista e anticomunista - com uma mensagem principal para o povo: "Deus, Pátria e Família", os três mais importantes para uma população portuguesa em pleno.

Em 1936 cria a Mocidade Portuguesa e a Legião Portuguesa; funda ainda as prisões do Tarrafal e de Peniche.

Apesar do franco apoio à Igreja, Salazar afasta o Estado Novo da mesma, pois esta reinvidicou por "indemnizações pelas nacionalizações de bens durante a 1ª República"; com a recusa de indemnizar, oficializa-se essa separação na "Concordata entre a Sé e Portugal", em 1940. É também nesse ano que se faz a Exposição ao Mundo Português.

Explode a 2ª Guerra Mundial, e Salazar prefere manter o país na neutralidade, apesar de ajudar tanto os Aliados como os países da Entente com matérias-primas das colónias, o que fez com que pela primeira vez em 10 anos as exportações fossem superiores às importações. Também "transformou" o país num refúgio para judeus e opositores políticos.

Em 1961 inicia-se a Guerra Colonial, o que deu uma imagem ainda pior de Portugal aos países democráticos que, juntamente com a ONU, pressionavam Salazar para descolonizar. Esses pedidos foram desprezados, e deu-se um novo nome às até então Colónias: províncias de Portugal (um prolongamente ultramarino do país). Durante este periodo da Guerra Colonial, Portugal tomou uma posição de "orgulhosamente sós". Apesar das notícias referirem a vitória dos portugueses nas colónias, a população sabia que se passava exactamente o contrário, o que fez com que o descontentamento em relação ao Estado aumentasse ainda mais. As tropas são retiradas sabendo-se da derrota dos portugueses.

E é então que no fatídico dia de 3 de Agosto de 1968 Salazar cai duma cadeira de lona, no Forte de Santo António (Estoril). Sofrera de um hematoma craniano, que causou graves problemas cerebrais. A 27 de Setembro do mesmo ano é substituído por Marcello Caetano.

Acaba por morrer a 27 de Julho de 1970, apesar da Ditadura ter terminado só em 1974.

António de Oliveira Salazar voltaria a ser muito comentado em 2007, por ter ganho o prémio de um concurso como o melhor Português de todos os tempos. Com 41% de votos...


Joana Duarte

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