sexta-feira, 12 de março de 2010

Os anos 60-70 em Portugal

Num país conservador e pouco culto, iniciou-se uma revolução a nível cultural. Isto aconteceu devido ao fluxo de turistas que por Portugal passavam, o que fez com que a população contactasse com outras realidades.



Entre essas inovações estava o programa televisivo "Zip Zip" que revolucionou por completo a televisão e a sociedade; eram os seus apresentadores Raúl Solnado, Carlos Cruz e Fialho Gouveia e era transmitido a partir do Teatro Villaret. O primeiro programa de género talk show em Portugal foi emitido a 24 de Maio de 1969 e teve como convidado Almada Negreiros, um primeiro episódio que teve sucesso imediato.





Os concursos de misses ocupavam também o horário nobre da televisão estatal, a RTP1. Nestes concursos de belezas participava qualquer mulher que pertencesse ao "Mundo Português", ou melhor, às províncias de Portugal, podendo assim participar mulheres angolanas, moçambicanas, cabo-verdianas, e outras candidatas a Miss de Portugal.


Ocorreram mudanças também na música: influenciados pela revolução estudantil em França, cantores como Bob Dylan, The Doors, Rolling Stones e The Beatles equavam tanto na rádio como na televisão. As calças à boca de sino para rapaz e as mini-saias das raparigas eram a moda adoptada pelos jovens e, em 1971, 30 000 assistiram ao primeiro Festival de Vilar de Mouros, que acabou em 1992 e era um dos festivais de Verão mais adorado por portugueses e estrangeiros. O espírito de então era uma espécie de Woodstock Português, onde reinava "a paz, o amor e a liberdade", no país dos opostos.



Viveu-se portanto um periodo em que os jovens tentaram implementar novas ideais no país, o que permitiu uma maior abertura mental apesar de ainda se fazer notar a repressão do Estado. Mas, com a força estudantil as coisas realmente mudaram, e sem a sua vontade de mudar provavelmente os jovens portugueses e mesmo grande parte da população não teria acesso a tanta diversidade cultural e por conseguinte à liberdade como conseguiu obter com a Revolução dos Cravos.

Joana Duarte

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