domingo, 2 de maio de 2010

Desintegração do mundo soviético

Já sob a égide de Gorbachev, os países integrados pela URSS esperavam melhores condições económicas e sociais, motivados pelo novo planeamento económico - a Perestroika - que tentou uma reconciliação entre o comunismo e o capitalismo, mas também uma abertura política (Glasnot, a política de transparência).

Apesar dessa política de aproximação com o Ocidente, prioritariamente com os EUA - comprovado pelo Tratado de Washington em 1987, que visava a destruição de todas as armas atómicas pelas duas potências - nada conseguiu salvar a República Soviética.

A Perestroika propôs uma descentralização económica, através da estimulação da concorrência e, portanto, da privatização de muitas empresas, como por exemplo dos bens de consumo, que eram escassos. A Glasnot permitiu a abolição da censura, a denúncia da corrupção e a participação dos cidadãos na vida política através de eleições pluralistas e livres na URSS, em que se elegeu o Congresso dos Deputados do Povo (1989).
Entretanto as críticas ao regime acentuavam-se; em 1980 cria-se o primeiro sindicato independente na Polónia apoiado pela Igreja Católica, o Solidarnösc (Solidariedade) dirigido por Lech Walesa, que promoveu greves e manifestações, tendo sido ilegalizado em 1982. Apesar da divisão feita pelo Muro, muitos foram os que tentaram fugir; essa fuga para o Ocidente viu-se mais facilitada em finais da década de '80, época em que houve abertura política na Hungria e na Polónia (isto meses antes da queda integral do Muro).
A partir de então, a maioria dos países-satélites da URSS puderam escolher o seu regime, e em 1989 o Partido Comunista vai perdendo o seu lugar de partido único e realizam-se novas eleições que promoveram novas Constituições.
Já sem o apoio das forças militares russas, a 9 de Novembro de 1989 cai o Muro de Berlim. A Alemanha reunifica-se a 1 de Outubro de 1990. Estes acontecimentos deterioraram a União Soviética, ainda governada por Gorbachev que não tinha aceite bem a desintegração dos estados-satélite, foi ultrapassado pelo seu ex-colaborador, Boris Ieltsin que em Junho de 1991 foi eleito o Presidente da República da Rússia; pouco tempo depois Ieltsin proibe as actividades do Partido Comunista. Dissolvem-se o COMECON e o Pacto de Varsóvia.
A 21 de Dezembro de 1991 nasce a Comunidade dos Estados Independentes que integrava 12 países, actualmente 11 (ex-satélites soviéticos): Arménia, Arzebeijão, Belarrússia, Casaquistão, Geórgia (já não pertence), Quirguistão, Moldávia, Rússia, Tajiquistão, Turqueministão, Uncrânia e Uzbequistão.
A 25 de Dezembro do mesmo ano Gorbachev abandona a "presidência" da URSS, que já não existia.

O mapa geopolítico europeu altera-se completamente
assim como o modelo económico adoptado pelas novas repúblicas independentes que sem o apoio monetário da URSS atravessaram graves problemas sociais e económicos. Despoletaram guerras civis, desintegraram-se, aumentaram as disparidades. Agora há espaço para o desenvolvimento individual desses países, para além de que actualmente estão a ser ajudados por investidores estrangeiros, uma realidade que não se passara durante o regime estalinista e, posteriormente, no de Krutchev. E assim terminou mais um regime repressivo e anti-democrático.
Aconselho que visitem este site pois explica bastante bem a história do socialismo mundial e a sua desintregação: http://www.aticaeducacional.com.br/htdocs/Especiais/URSS/link17.htm
Joana Duarte

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