A exposição divide-se em 10 categorias distintas, compostas por 62 fotojornalistas de 22 nacionalidades. As fotografias espelham os acontecimentos passados a nível mundial no ano de 2009, focando-se particularmente nas manifestações e guerras ocorridas no Médio Oriente, mas também despertando a sociedade ocidental para as disparidades entre "nós" e ao que se chama 3º Mundo.
Na primeira fotografia, um elefante é morto por um grupo de congoleses famintos, num país em que cerca de 48% da população não tem condições de vida básicas; na segunda fotografia, preparam-se as carnes que de seguida estarão num talho ou num supermercado(matadouro na Itália, se não estou em erro). Apesar de não ser grande apologista do vegetarianismo, a verdade é que quando vi a imagem do do homem a segurar numa cabeça de boi apercebi-me porque é que há pessoas que adoptam esse estilo de vida - se assim o posso chamar -incentivada pela maneira como a indústria funciona, que é... degradante.
Antes de ter chegado a essa parte da exposição vi umas fotografias que, se não tivesse lido a informação exposta ao lado, não me teria interessado particularmente: eram dois retratos, supostamente de um rapaz e de uma rapariga (por esta ordem). Bem, eu não vou revelar o que representa realmente, porque o que pretendo com este post é que a vão ver por vocês próprios.
Aqui estão algumas das fotografias que mais gostei, e devo dizer que gostei especialmente das de Desporto e das de Natureza, principalmente pela dificuldade em captá-las e pela beleza delas.
A minha preferida da categoria de Desporto é a imagem de cima esquerda, porque parece uma marioneta no céu (no entanto é um skater) e, a de cima do lado esquerdo conta com Tiger Woods, um dos melhores golfistas do Mundo, a trocar de taco com um senhor que não me recordo se era o caddy ou outro jogador.1º prémio categoria de Desporto em acção:
(Londres, Campeonato de Criquete)
Vencedor na categoria de Reportagem Natureza; não se vê muito bem, mas o albatroz está a olhar directamente para a câmara, que dá um ar especial à fotografia.
Estas impressionaram-me imenso porque os jogadores fotografados tinham mais de 70 anos.
O senhor do lado esquerdo, após uma maratona de natação; o de cima direita a saltar de uma prancha e a dar um mortal (este desporto chama-se salto ornamental ou salto de prancha); o de baixo direita é o jogador de rugby mais velho do Mundo.
A minha fotografia de eleição, uma imagem que aparece constantemente nos desenhos animados (Looney Tunes, por exemplo) em que quando uma casa explode sai-se à mesma pela porta, é esta:
Mas aqui a casa não se reconstrói milagrosamente. Esta imagem, ainda que o rapaz se movimente, demonstra o estaticismo do espaço envolta, que tem sido atacado constantemente por bombas e não espera recuperação breve; Faixa de Gaza, guerra entre tropas Israelitas e militantes do Hamas.
Provavelmente devem-se estar a perguntar o que é que isto que "postei" tem a ver com História. Decidi falar sobre esta exposição no âmbito da matéria que estamos a dar agora, que basicamente trata as guerras de poder no panorama actual, e as fotografias revelam isso mesmo, mas também as causas e consequências, e as injustiças que ainda existem num Mundo globalizado; como nestas fotografias, em que se vê um homem a ser apedrejado até à morte por ter cometido adultério (Somália):
Ou estas, em que a morte pode aparecer sem nos apercebermos em qualquer sítio e atinge qualquer pessoa, seja uma criança ou uma mulher (Gaza).
O sangue espalhado pelas ruas, e o medo de quem se esconde para que não sejam os próximos (Madagáscar).
O sangue espalhado pelas ruas, e o medo de quem se esconde para que não sejam os próximos (Madagáscar).
Os assassinos do Presidente, e quem recorre a outros meios para manter o vício (Guiné-Bissau e o crescente tráfico de droga no país).
Os que se protegem e que não têm sequer tempo para se vestir, e os que ficam sem membros numa roupa esburacada (Afeganistão):
Eu adorei a exposição, e aconselho; tem muitas mais fotografias para além das que eu coloquei, obviamente. Não deixa ninguém indiferente e é revelador. Até dia 23 deste mês no Museu da Electricidade. Ah, e a entrada é grátis.
Joana Duarte
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