domingo, 9 de maio de 2010

O diário de Ma Yan

O registo do quotidiano de uma rapariga chinesa, de Zhang Jia Shu, aldeia numa província do interior, que se vê por esse motivo condicionada a ser aquilo que o estado para si designou, uma camponesa, tal como a sua família. Um livro que nos ajuda a perceber o impacto das políticas económicas da China na vida dos seus cidadãos, bem como os sacrifícios que são exigidos aos mesmos, em prol da nação.
O livro conta com prefácio e notas do jornalista francês Pierre Haski, que ajudou a autora, Ma Yan, a divulgar a sua história e a, consequentemente, criar uma associação que lhe permitiu a si, e a mais trinta crianças da sua aldeia e arredores, prosseguirem os seus estudos.

Ma Yan contou com o apoio da família, em especial da mãe, que desejava para a filha uma vida melhor que a sua.

" Esta mulher [mãe de Ma Yan], aniquilada por uma vida de trabalho duro e de privações, tem só trinta e três anos, mas parece ter mais vinte. Não recebeu nenhuma instrução, não sabe ler nem escrever, mas compreendeu que a salvação da filha, e com certeza a de toda a família, dependia do ensino, um luxo nas regiões desfavorecidas. Baixou por várias vezes os braços frente às dificuldades,aceitou a fatalidade que reduz as raparigas ao analfabetismo, unicamente destinadas ao casamento. Num dia em que tinha de pagar 3,5 yuans de inscrição num exame e só tinha, bem feitas as contas, 3 yuans..."






Joana Lima

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